Endividamento de servidores e aposentados cresce R$ 17,1 bilhões em 2018

Correio Braziliense

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Mesmo com a tentativa do governo federal de adiar o reajuste salarial dos servidores de 2019 para 2020, os funcionários públicos estão ampliando as dívidas com o crédito consignado. Segundo o Banco Central, o saldo das pendências destes trabalhadores cresce a cada mês. O volume subiu R$ 7,6 bilhões em 2018, contabilizando R$ 182,3 bilhões em agosto. Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também veem as dívidas subirem, somando R$ 9,5 bilhões entre janeiro e agosto.

 

Os beneficiários do INSS registraram dívida de R$ 125,6 bilhões em agosto com a operação. Segundo especialistas, com o desemprego ainda elevado, os aposentados adquirem o crédito consignado para ajudar os filhos, já que as condições de juros são menores. Apesar da expansão da dívida, a taxa de inadimplência nessas modalidades estão controladas em 2018. Segundo o Banco Central, o índice se manteve estável ou caiu neste ano.

 

De modo geral, o saldo dos créditos com recursos livres subiu, sinalizando recuperação dos financiamentos. O volume de operações chegou a R$ 1,66 trilhão em agosto, contabilizando alta de 5% no ano. A economista Isabela Tavares, analista da Tendências Consultoria, destacou que o mercado de empréstimo está em expansão, apesar de ter perdido força nos últimos meses. “O aumento das incertezas relacionadas à economia e ao período eleitoral tem enfraquecido a retomada do crédito, mas podemos ver que há redução das taxas de juros e inadimplência”, disse.

 

Relatório do Banco Mitsubishi também demonstra que, apesar das tensões políticas, nota-se ainda uma expansão mensal moderada do crédito nos últimos 12 meses. “O crédito a pessoas físicas vem crescendo, influenciado pelo aumento gradual do poder de compra da população e pelas taxas de juros mais baixas, embora a taxa de desemprego ainda alta e o nível de endividamento inibam a expansão adicional do crédito às famílias”, destacou.

 

As taxas de juros ficaram estáveis em agosto, influenciadas pela estabilidade dos emcargos dos recursos direcionados — aqueles são aqueles destinados a determinados setores ou atividades, realizados com recursos regulados em lei ou normativo. A taxa média geral estabilizou-se em 24,5% ao ano — 15,9% ao ano para pessoas jurídicas e 30,4% ao ano para pessoas físicas. Os recursos direcionados estabilizaram-se em 8,4% ao ano, enquanto os livres (aqueles negociados no mercado) tiveram leve queda de 0,1 ponto percentual, saindo de 38,1% para 38% ao ano.

 

Os juros do cheque especial ficaram estáveis, com custo de 303,2% ao ano. As taxas do rotativo do cartão de crédito subiram, saindo de 271,4% para 274% ao ano.